domingo, 9 de dezembro de 2007

Portal Cerrado Serra da Mesa

Por do Sol no Lago Serra da Mesa







O Mais Belo Por do Sol ás margens do Lago Serra da Mesa !!!

sábado, 8 de dezembro de 2007

Lago Serra da Mesa

Operação salva-vida
Biólogos resgatam plantas e animais de área a ser inundada por hidrelétrica em Goiás

Foto: ROBERTO JAYME

Pesquisadores recolhem sucupira para preservar espécie ameaçada pelo alagamento

CELSO FONSECA

No dia 31 de março do ano que vem entrará em operação no Norte de Goiás a turbina número um da usina de Serra da Mesa, última das grandes hidrelétricas projetadas durante o regime militar. Maior reservatório de uma usina brasileira, o lago formado no rio Tocantins tem quase duas vezes o volume de água da binacional Itaipu e vai gerar dez vezes menos energia. Debaixo dos 1.784 quilômetros quadrados que estarão alagados até o fim do ano, área correspondente a um terço do Distrito Federal, ficarão submersas mais de 2.000 espécies de plantas e 400 de animais. Numa tentativa de não repetir as tragédias ambientais produzidas pelas obras anteriores, que arrasaram a vegetação praticamente sem deixar sobreviventes, um grupo de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) resgata pela primeira vez exemplares da flora para preservação das espécies. Além de animais como gambás, jibóias e tamanduás, estão sendo recolhidos jatobás, sucupiras e orquídeas. "Já sabemos que vamos perder uma grande variedade genética de plantas", afirma o biólogo Bruno Walter, coordenador do Programa de Resgate da Flora de Serra da Mesa. "Recolhemos um jatobá, mas podemos deixar de capturar outro que por natureza é imune a uma praga".

O trabalho em Serra da Mesa adquire importância especial se for levado em conta que trata-se de uma região do cerrado brasileiro, o mais desconhecido e o segundo maior ecossistema do planeta em variedade de espécies. Perde apenas para a Amazônia. Depois de seis anos de pesquisas, os responsáveis pelo projeto acreditam ter conseguido resgatar todas as espécies cobertas pelo lago, inclusive três arbustos não catalogados por cientistas. Um deles foi batizado como "Hypenia niquelandesis", em homenagem a Niquelândia, uma das sete cidades situadas às margens do alagamento. Outra novidade do projeto é o armazenamento por pelo menos cem anos das plantas coletadas em Serra da Mesa. Isso é feito através de uma técnica ainda não utilizada com plantas recolhidas de grandes alagamentos. Consiste na conservação a 20 graus negativos de sementes e mudas ressecadas que, protegidas em embalagens de papel pardo, mantêm a capacidade de reprodução. "Em cada uma dessas árvores e arbustos típicos do cerrado brasileiro podem estar substâncias capazes de curar ou ajudar no tratamento de doenças", afirma Sebastião Cordovil, engenheiro florestal que participa do programa. "Se no próximo século houver alguma descoberta de interesse científico ou econômico de uma planta extinta na natureza e preservada por nós, poderemos reproduzi-la quantas vezes quisermos".


Foto: ROBERTO JAYME

Técnicos da Embrapa colhem sementes do cerrado para conservação a menos de 20 graus


Nas 32 expedições feitas até agora, os pesquisadores se depararam com uma pequena amostra dos benefícios que as plantas do cerrado podem trazer à medicina. A sucupira, por exemplo, é usada para combater inflamações de garganta. Os cientistas também encontraram indícios de que a pacari possui poderes cicatrizantes. Conhecida por suas propriedades antiinflamatórias, a copaíba tem se mostrado útil no combate a doenças de pele, como a acne. O faveiro tem uso menos nobre: o chá da casca da árvore é utilizado na prática de abortos. Também foram resgatadas plantas que têm a beleza como principal atrativo. É o caso das orquídeas e arácias. Foram colhidas ainda flores e sementes de plantas mais conhecidas da população, como caju, abacaxi, pequi, mangaba, jenipapo, banana e mandioca. Nesse caso, o armazenamento se justifica pelas características próprias das mudas e sementes recolhidas, o que no futuro vai permitir cruzamentos que podem ajudar a melhorar a resistência das espécies. As plantas resgatadas estão sendo levadas para a Embrapa, mas muitos exemplares da vegetação recolhida na área de Serra da Mesa são remetidas para instituições voltadas prioritariamente para o estudo do cerrado, como o Jardim Botânico de Brasília e as universidades do Centro-Oeste. Outra providência prevista para ser adotada é o replantio de algumas espécies ao longo dos mais de 9.000 quilômetros de margem do lago.

Para a beira do reservatório também estão sendo transportados 30% dos animais retirados pelos biólogos da Naturae, empresa privada contratada para fazer o resgate dos bichos por Furnas Centrais Elétricas, a estatal responsável pela hidrelétrica. Os outros 70% são encaminhados para pesquisas em zoológicos de todo o Brasil. Até o começo de julho, tinham sido recolhidos mais de 36 mil bichos, entre eles cobras, tartarugas, iguanas, micos, ratos, tatus, veados, marrecos e até um lobo-guará, espécie em risco de extinção. Entre os bichos salvos, duas boas surpresas: o lagarto teiú e o tímido mucura, animal semelhante a uma ratazana e pertencente à ordem dos marsupiais, da qual também fazem parte os cangurus. Ambos são pouco conhecidos pelos cientistas brasileiros e raros na região onde foram encontrados. Agora serão estudados em detalhes por biólogos. A expedição está servindo ainda para desmistificar algumas crenças populares. O feio lagarto rabo-de-roseta, tido como perigoso e de mordida venenosa, foi resgatado com facilidade e descrito como um animal que não oferece riscos. "Estamos entendendo melhor a fauna do cerrado, que é riquíssima", opina Nilson Oliveira, chefe da base de resgate no lago da hidrelétrica.

Arte: BRUM




Os cuidados de preservação tomados por Furnas em Serra da Mesa, no entanto, não serão suficientes para impedir alguns prejuízos ecológicos. A fauna e a flora cobertas pelas águas levarão mais de 200 anos para se decompor. Isso provocará a emissão de gases poluidores, como o dióxido de carbono e o ácido sulfúrico. Outro fenômeno que já ocorre é a fuga de morcegos transmissores de raiva e também de onças que habitavam a região do lago para as fazendas e cidades próximas. Entre 1986 e 1992, a obra ficou parada por falta de verbas. Nesse período, a preocupação ecológica ganhou força no País, o que obrigou Furnas a criar o projeto de preservação das plantas nativas. Foi previsto ainda o acompanhamento dos peixes colocados no lago e a criação de uma reserva para os seis índios avá-canoeiros que viviam próximos à barragem. Os problemas causados pela usina levaram a procuradora da República Rosângela Pofahl a entrar na Justiça com uma ação exigindo a realização de uma perícia para avaliar a extensão do impacto ambiental. "Se tivessem desmatado a área antes, não haveria a poluição da água. A maioria dos animais também está sendo levada para zoológicos e laboratórios, longe de seu habitat", acusa a procuradora. "Não poderíamos abrir mão do potencial energético dos rios que vão alimentar Serra da Mesa. O que estamos fazendo é reduzir os danos ecológicos que um empreendimento como este causa", defende Miguel Zerbinni, engenheiro responsável pelas obras.

Pousadas no Lago Serra da Mesa

Conheça um pouco sobre as Pousadas do Lago Serra da Mesa.
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Comunidade do Cerrado Serra da Mesa no Orkut


http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=42520714

Participem !!!

Cerrado Serra da Mesa